terça-feira, 5 de março de 2013

Dia Devocional


            O islamismo é a maior religião do mundo contemporâneo e, ainda assim, continua angariando novos adeptos todos os dias. O Brasil, maior país católico do mundo, não está à parte das estatísticas: todos os dias, cinco brasileiros se convertem ao Islão. Este panorama relata não só um dado curioso que passa despercebido em nosso cotidiano, mas também a necessidade de compreender e conhecer uma religião de tamanha importância e fascínio, além de seus próprios adeptos, alguns dos quais, aqueles que por ventura conferissem os requisitos, poder-se-iam tornar-se Demolays.

            Certa feita, outro aspecto deve ser levado em conta: desmistificar a xenofobia para com o povo árabe, provocada em grande parte pela propaganda estadunidense responsável por legitimar as causas das guerras no Oriente Médio, as quais, despidas das poucas e dignas razões, tem sua existência baseada na posse de recursos estratégicos e no controle da indústria e comercialização destes.

            Vale salientar também, desta vez por uma perspectiva mais histórica e distante que a nossa, a importância dessa experiência para a “desratização” da memória dos mouros, árabes e sarracenos cruzados, inimigos estes dos Cavaleiros Templários, aqueles que, inconscientemente, aprendemos a venerar como exemplos de justiça e cavalheirismo, ainda que, na verdade, fossem também exemplos não tão nobres, numa espécie de idealismo excepcional graças ao fato de que Jacques Demolay fora Grã-Mestre dos Templários.


            Compareceram à atividade os irmãos Caio Fernandes, Pedro Formiga Júnior, Gabriel Villarim, João Paulo Lopes, Matheus Madson, Yuri Oliveira, Elmir Andrade, Matheus Pifrader e Raul Rodrigues.
As atividades tiveram início às 10h30min, com uma palestra introdutória conduzida pelo Iman (o responsável pela condução das orações) da congregação, o senhor Twafic. Ele falou conosco à cerca da história do Islão e sobre no que consiste os cinco pilares de sua religião: a peregrinação à Meca, a esmola, as orações diárias, o jejum no ramadã e a fé em um Deus único e Maomé como seu profeta. Depois, passou a falar sobre peculiaridades, como o casamento poligâmico e o conceito de jihad, que, no final, não era aquele que a própria mídia nos ensinava. Por fim, chegou o tempo de realizar a oração do meio-dia. Assim, nos conduziram à ablução, procedimento de purificação realizado com uma série de lavagens simbólicas em diversas partes do corpo. Depois, tomamos parte com a comunidade na oração, realizada parte em árabe, parte em português. Primeiro, escutamos um sermão sobre o amor á Deus, ao profeta Maomé e a própria humanidade, em seguida, a oração propriamente dita, um ritual que envolve uma série de curvaturas, toda em árabe, voltada para Meca, a cidade sagrada dos muçulmanos.

Tendo terminada a oração, juntamo-nos à comunidade em um almoço que nos foi oferecido cordialmente, onde interagimos com parte dos muçulmanos presentes. Assim, terminaram-se às atividades, às 13h30min.

Findada a experiência, é possível dizer muito sobre os lucros desta atividade. Primeiro: a ideia nefanda cultivada pelos meios de comunicação foi, em grande parte, extraída e modificada da forma que somente o contato direto, a compreensão e o entendimento são capazes de extirpar.
De outro modo, pode-se dizer que tivemos total êxito em nossos objetivos, visto que tivemos contato e tomamos parte com um culto religioso, o objetivo principal do Dia Devocional, além do qual executamos uma atividade verdadeiramente digna de nota e louvável em sua iniciativa: a de fomentar a tolerância e a compreensão, mais que isso, a de permitir a criação de uma sociedade mais justa e menos dada aos extremismos que tanto corrompem os corações de nossa juventude."


Texto: Raul Rodrigues - Membro do Capítulo Reis Magos nº 15

Nenhum comentário:

Postar um comentário